"Não acomodar com o que incomoda." F. Anitelli

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hoje, eu volto a escrever impulsionada por um e-mail que recebi..

(...) Acredito que tudo o que é escrito, é escrito porquê não cabe. Seja numa cabeça, seja num coração. Mas hoje eu quero falar do que não cabe mais nos nossos dias, nas nossas vidas. No tom mais pessoal possível.

Alguém já parou pra reparar o quanto nos acomodamos com tudo? Esse comodismo quase ninguém quer reparar.. Tudo virou tão banal, tão normal. Até o que nos incomoda, diretamente falando, precisa incomodar MUITO pra nos tirar do nosso cômodo comodismo.

Todo mundo é adepto do "se".

"Ah, mas se eu fosse lá eu ia dizer isso, eu ia fazer aquilo.."

E não passa disso. A gente cansa de ver notícias sobre grupos anti-governistas que entram em confronto direto, cansamos de estudar a história e ver os números gigantes de pessoas que morreram por ideais. E o que a gente tem pra contar? Nem ao menos um arranhão por uma causa.

Nem de longe tenho moral pra apontar o dedo pra quem quer seja.. Aliás, aponto e vejo outros três dedos apontados pra mim. Mas aqui enxergo alguém que quer parar e reparar o comodismo.

Então que não nos acomodemos.. Com a dor e a necessidade alheia e com as nossas próprias. Que não acomodemos os nossos sonhos, os nossos desejos, os nossos planos.


"Eu acho que

Tenho certeza daquilo que eu quero agora

Daquilo que mando embora

Daquilo que me demora"


F. Anitelli





E "que seja doce"! :)



quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Vela pra iluminar
Pipoca pra lavar
Rosa pra entregar
Toda fé, todo amor, todo axé
Energia pra renovar
Força pra (re)começar
Fé pra acreditar


Que todo vento bom sopre
Que todo pensamento bom acorde
Do mesmo jeito que se move o ciclo sem fim

Que ventos movam moinhos
Que pensamentos tenham poder de revolução
A casca amadurece e a alma vira amplidão(...)



terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Eu não saberia te dar um codinome.
O beija-flor certamente anunciaria o riso que me
sorri, os braços onde moro, a boca em que me deleito, o corpo que é meu céu.
Dos lençóis iriam emergir os sussuros, as juras, os sentimentos entregues, as
lembranças.
As paredes deixariam escapar os sonhos que se repetem e alimentam
o desejo de ontem.
Dos meus olhos escorreriam a saudade, a angústia, a vontade de percorrer
cada segundo já conhecido.
Da minha boca ressoariam promessas e planos, que foram guardados
nos mesmo lençóis, nas mesmas paredes, nos mesmos olhos, no mesmo coração.
Coração que gritaria em amplitude ao universo a magnitude do que não cabe..

Escrevo porque transborda, porque não cabe. Escrevo porque é preciso gritar, o que não tem voz. Escrevo pra aliviar, pra esquecer, pra lembrar. Pra eternizar. Éter na mente, escrever o que se sente. Pra traduzir, pra converter, inverter e reverter. Porque o universo cabe em mim e escorre pelas mãos..Porque não cabe.